domingo, 21 de novembro de 2010


Baixolões

A palavra baixolão é uma invenção bem abrasileirada, já que em inglês (foi inventado nos EUA, no advento dos acústicos MTV), o nome é Acoustic Bass Guitar (ABG). Como é parecido visualmente com um violão, o nome ficou até amigável e hoje é totalmente aceito pelos músicos e fabricantes. 

Importante não confundir baixolão com baixo acústico, que é aquele gigante das orquestras e jazzístas. 

Tecnicamente, um baixolão não é capaz de gerar sons com frequências tão baixas como um baixo acústico. A corda E produz um som de 41,20 Hz, o que precisaria de uma caixa muito maior (como nas orquestras) para gerar um som bem audível. Isso só piora quando o baixolão ainda tem a 5ª corda B. Usar um C, seria uma melhor opção. 

De qualquer forma, o instrumento existe e é um grande sonho de consumo para a maioria dos baixistas. É extremamente prático na hora de aproveitar um insight ou estudar em casa, já que não precisa de amplificador, correia, cabo, regular volume, etc; e para uma pequena roda de violão. 

Infelizmente, a grande maioria dos baixolões deixam o baixistas mudos nas rodas de músicas, principalmente quando são utilizados violões com cordas de aço, com agudos estridentes e volume maior.
Isso acontece porque, a maioria dos fabricantes não se empenhou em desenvolver um instrumento que possibilitasse o máximo de som acústico.
Uma fábrica coreana, que a vida inteira fez violões, simplesmente aumenta a escala, coloca 4 cordas e vende baixolões. Não é raro abrir baixolões e ver que as estrutura interna é exatamente igual a violões.

Por ser um instrumento diferente (desenvolvido nos anos 90), é necessário muita atenção. 

Por exemplo:
- As barras harmônicas têm diferentes espessura, altura, quantidade e distribuição.

- A posição do cavalete tem posição especial, comparável somente com os grandes jumbos.

- O formato, principalmente no bojo inferior, e espessura do corpo são diferentes.

A utilização de madeira maciça (tampo), neste caso, é um ponto de discordância entre os luthiers do mundo todo. A madeira maciça conduz melhor o som, mas devido à tensão das cordas, precisa ser mais espessa e possuir barras harmônicas mais fortes e em maior quantidade.
A madeira laminada, perde a boa condução de som, mas em virtude de ter lâminas com veios perpendiculares, é mais resistente, possibilitando menos barras harmônicas. Resumindo, tampo mais livre, mais volume gerado. 

Obviamente, isso tudo depende da habilidade do construtor e do projeto em si. Cada um tem uma opinião sobre o assunto. 

Outro detalhe importante, principalmente pra quem pretende comprar um máquina dessas: a ação é diferente de baixos elétricos. Um baixolão sempre terá uma ação um pouco mais alta, visto que, como o som é mais baixo, o músico tende a forçar a pegada. A forte vibração das cordas vira trastejamentos. Além do que, cordas mais altas = tensão maior = mais volume. 

BAIXOLÕES PLUGADOS 

Tudo que foi dito até agora, se refere a baixolões totalmente acústico, ou obviamente, eletrificados desplugados. 

Quando se fala em baixolão de fábrica (a grande maioria deles), todos necessitam de um pré-amplificador embutido. 

A captação normalmente é piezo, e fica em baixo do rastilho. Ou seja, a vibração das cordas é captadas exatamente onde a corda vibra menos. Quem é baixista de elétrico sabe bem disso. O som, fica mais estalado, agudo e sem sustain. O pré é necessário pra devolver os graves ao instrumento. 

Um captador de contato até que resolveria o problema dos agudos e sustain, mas ele passa a captar qualquer vibração do instrumento. Se isso é não for problema para o músico, é uma boa opção. 

Existe muito a se falar deste instrumento, mas é difícil de uma só vez. 

De qualquer forma, antes de comprar um baixolão, fale com seu luthier e faça um orçamento. As vantagens serão infinitas. 

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